A Coragem de Ser Imperfeito de Brené Brown foi um livro que me marcou muito, tanto que o aconselho a todos os meus clientes de Coaching que escolhem não entrar em acção por medo de errar! 
Evitar o fracasso é, a todo custo, fazer apneia com a vida. Mostrar a nossa vulnerabilidade então nem pensar! O que vão dizer se souberem que adoro tocar guitarra mal dispo este fato caro de gestor de sucesso!? O que vão pensar de mim se vou às aulas de pole dance quando fecho os mapas das contas do mês!?
Vou ser visto como “artista maluco” ou como uma “puta reprimida” pensam e confessam-me. Servem estes exemplos, não para mostrar imperfeições, mas a nossa necessidade (sobre)humana de sermos perfeitos e de como estes julgamentos nos podem oprimir! O comum é querermos ser os mais magros, os mais bonitos, os mais simpáticos, os mais inteligentes, os mais eficazes, os que ganham mais, os que têm um carro melhor, os que viajam mais, os que trabalham menos… enfim… milhares de razões para sermos perfeitos! Um ideal perseguido pelo ser humano sem questionar a sua razão, numa cobrança constante que contamina a nossa felicidade e paz interior. 

Enquanto Coach, oiço empaticamente estas histórias. Enquanto humana também eu sou imperfeita. Lidar com essa imperfeição não é fácil também para mim! Há picos fundos em que a raiva por ter errado é tanta que penso em desistir. Trago este tema porque foi o que aconteceu com a produção das Agendas QuestionAr-t de 2019. Errei numa palavra da Roda da Vida. Copiei e colei o erro por todos os lados! Quando dei conta fiquei congelada! “Como foi possível!? Como não vi isto!?” Pensei, “M@rd@! O que vão pensar de mim!?” Trouxe a mim a cobrança de ser perfeita, o confronto, a culpa e a vergonha. Muita vergonha mesmo!

Momentos depois, (que isto de ter vergonha e raiva leva o seu tempo a passar e está tudo bem! afinal, somos humanos!) fiz uma pergunta a mim mesma. Daquelas perguntas que tenho dentro da minha mala de ferramentas de Coaching e que uso com os meus clientes sempre que é adequado: Como é que eu posso solucionar este erro? O que eu posso fazer para que saia algo de valor daqui?
Fiz comigo o mesmo processo de Coaching: Brainstorming! Ter ideias, e mais ideias e mais ideias! 
No meio dessas ideias, lembrei-me de fazer uma errata e de expressar através dela o quão fácil é errar, o quão poderoso pode ser esse momento, que escolhas podemos fazer para sermos uma melhor versão de nós próprios, que assumir a nossa vulnerabilidade nos torna humanos, reais e sensíveis! Fiz uma nova Roda da Vida, sem erros, no verso de um sincero pedido de desculpas. Trouxe às pessoas que confiam no meu trabalho o tema da perfeição, da exigência e da vulnerabilidade. 
Deixo-vos em imagens a errata da Agenda QuestionAr-t 2019 com um desafio:
Serão capazes de ler a pergunta que nela contém?

#QuestionArt #FazBoasPerguntas

Que tenhamos todos a coragem de sermos imperfeitos. 
Imensa gratidão,
Ana Ferraria