Não acredites em nada!
por Ana Ferraria
coach e fundadora da QuestionAr-t
Quando iniciei as minhas aprendizagens no Coaching, não acreditei em tudo quanto me disseram! Duvidei ainda mais dos passos que deveria dar e que, garantiam-me, resultavam em sucesso! A sensação de impotência sobre algumas possibilidades, alguns pontos de vista que não me permitiam ver mais além e, sobretudo, as crenças de que “isso não era bem assim”, ou “isso é muito fácil de dizer mas para fazer é que são elas”, habitavam os meus pensamentos constantemente.
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Sinto que estes pensamentos e sentimentos de descrença se manifestam em muitas áreas da nossa vida. Não acreditamos nas instituições, na política, nas organizações, assim como na solução para alguns dos nossos próprios problemas. Vivemos focados nas dificuldades, na turbulência, no lado negativo e na ineficácia generalizada. Habituei-me de alguma forma a esta descrença porque, enquanto designer, ao trabalhar com comunicação, publicidade e marketing, tudo era posto em causa. Será que este snack para cães é mesmo feito com os nutrientes adequados? Será que estes sacos de plástico são mesmo biodegradáveis? Será que este champô ajuda mesmo a formar cachos nos cabelos crespos?
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Quando me tornei Coach, foram os meus clientes a duvidar do processo de transformar sonhos em objectivos e estes em realidade. Todos eles podem dizer que a minha resposta era sempre: vamos FAZER e no fim tiramos conclusões!
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Quando decidi empreender, também todas estas dúvidas marcaram presença dentro da minha cabeça! Sou até capaz de jurar que muitas das vezes gritavam comigo! Será que tenho os recursos necessários? Será que sei o suficiente? Será que com este dinheiro consigo mesmo produzir agendas em Portugal? São alguns exemplos das perguntas avassaladoras que atravessavam os meus pensamentos milhares de vezes por dia!
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Coaching e Empreendedorismo, são termos em tendência social e profissional. Muitos são os que se assustam com eles e alimentam as suas crenças de que é um caminho só para alguns. Os seres humanos só tendem a sair da sua zona de conforto quando o seu nível de insatisfação é maior do que o medo da mudança. A maioria deixa-se abater por esse medo e fica imersa numa crise existencial. Para além de parecerem montanhas impossíveis de subir, tratam-se de processos de autoconhecimento e questionamento profundo sobre a velha maneira de pensar, de agir e compreender a vida e as suas possibilidades. Mexer e remexer naquilo que nos disseram, naquilo em que acreditámos “toda a vida” e no que nos ensinaram como verdade é essencial mas muito duro. A pergunta é: O que é verdade? ou Acredito em quê?
Se o mundo está em constante mudança, porque não estamos nós?
Em 1987, foi utilizado pela primeira vez o acrónimo VUCA (Volatility, Uncertainty, Complexity, Ambiguity) – VICA em português – Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo. Este poderia muito bem ser o resumo de 2020, um ano em que o VUCA se transformou amplamente na realidade da maioria e nos obrigou não a teorizar, mas a aprender a viver neste contexto. Goste-se ou não, a mudança veio para ficar. Por mais que resistamos, o sistema está imerso num gigantesco processo de metamorfose cultural e, as circunstâncias atuais, são a crisálida de que precisamos para que continuemos a evoluir e a amadurecer. As mudanças serão cada vez mais e acontecerão com mais frequência e rapidez, portanto, a forma como lidamos com o diferente e o desconhecido é fundamental. A direção em que evoluímos como sociedade dependerá da atitude que adotarmos individualmente em relação ao novo.
Perante qualquer coisa que nos desafie é importante não confundir arrogância com ceticismo. A arrogância bloqueia-nos o caminho às questões e a novas possibilidades porque acreditamos que temos todas as respostas. Reconhecer que não sabemos tudo e que podemos estar errados é doloroso, sobretudo para o nosso ego. Ficamos agarrados às nossas crenças e nem percebemos o quanto elas nos podem estar a limitar. A arrogância esconde um profundo medo à mudança e é importante esclarecer que todos nós sentimos medo perante a mudança. É fundamental não interpretar como uma ameaça e sim como uma oportunidade. Não há necessidade de defesa, há necessidade de escutar, questionar, decidir e testar! Estar abert@ a ouvir ideias diferentes é uma oportunidade para alargar os nossos horizontes, aumentar as nossas possibilidades e ver uma situação de uma nova perspectiva. Pelo contrário, a humildade de reconhecer que não sabemos tudo e que podemos aprender mais, permite-nos desenvolver um cepticismo constritivo e saudável.
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No meio deste cepticismo, constantemente nos ocorre a expressão “preciso ver para crer” e é aqui que quero chegar! Assim, é fundamental estar abert@ ao novo mas não acreditar em nada que nos dizem, nem naquilo que lemos, nem no que vemos, inclusive, claro, no conteúdo deste artigo! Devemos sim, analisar cuidadosamente todas as informações que nos chegam do exterior, questionar e reflectir se fazem ou não sentido para nós e, se quisermos testar para saber se funciona, fazê-lo por meio da nossa própria experiência. Foi o que fiz no Coaching e na conquista dos meus objectivos pessoais e profissionais, assim como, quando decidi Empreender com a criação da QuestionAr-t. Duvidei sobre algumas coisas, mantive a mente aberta, reflecti sobre o que queria testar, testei e consegui!
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O Coaching e o Empreendedorismo não é só para alguns! Conquistar sonhos, requer organização diária, hierarquia de prioridades, foco, muita disciplina, resiliência e mente aberta e isso… está ao alcance da vontade de todos! O maior obstáculo para evoluir enquanto seres humanos e progredir como sociedade, é não questionar a nossa forma de pensar, não questionar aquilo em que acreditamos e não questionar sobre o modo como olhamos para a vida. Não acredites em nada! Questiona tudo! Reflecte, escreve as tuas ideias e testa através da tua própria experiência! Vais ver que assim, encontras o caminho para o teu sucesso. Foi o que eu fiz e é o que todos dizem para fazer! ? ? ?
Quem vem comigo?
Gratidão,
Ana Ferraria
coach e fundadora da QuestionAr-t
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